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As crianças escutam a vida em todas as suas formas e cores, e escutam os outros.

O mundo à nossa volta é arte expressa em diversas linguagens, é um grande concerto sonoro que combina elementos naturais, mecânicos, cotidianos ou eventuais. Os sons produzidos em nosso corpo, como a respiração, as batidas do coração e a nossa voz, poeticamente constituem nossa paisagem sonora interior e aguçam a percepção do universo em que estamos inseridos no contexto escolar. São crianças brincando, risadas, cantoria, conversas, aventuras, choro, alegria, entusiasmo, barulhinhos que enchem a Escola de vida.

Segundo Loris Malaguzzi, no sentido metafórico, as crianças são as maiores ouvintes da realidade que as cerca. Elas possuem o tempo de escutar, que não é apenas o tempo para escutar, mas o tempo rarefeito, curioso, suspenso, generoso – um tempo cheio de espera e expectativa. Elas escutam a vida em todas as suas formas e cores, e escutam os outros.

Diante disso, observar o interesse das crianças acerca das possibilidades sonoras produzidas por elementos estruturados e não estruturados impulsionou a montagem de uma estação composta por instrumentos musicais para que os atores dos processos educativos musicais construíssem seus próprios percursos. No início, um barulho genuíno de crianças felizes e ávidas por explorar tudo ao mesmo tempo. Depois, batidas mais ritmadas e até mesmo a harmonia com outros instrumentos. Aos poucos, o ajuste da força no manuseio das baquetas e a busca pela escuta do som do instrumento dos amigos foi tornando a vivência potente e repleta de sinalizações para que outros percursos fossem também percorridos.

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