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Material também é conteúdo

A construção do inventário dos materiais disponíveis na escola requer reflexão e muita curadoria. Confira as concepções que norteiam nossas escolhas. Com a palavra, a coordenadora pedagógica da escola, Susy Souza:

O cotidiano na nossa escola é dinâmico, repleto de conteúdos que se constituem nos espaços de experiências e construções de percursos criativos preparados para (e com) crianças potentes e ávidas por explorar materiais pensados a partir de suas potencialidades.

Dessa forma, os materiais escolhidos para cada proposta e os ambientes acolhedores com contextos planejados e ricos em possibilidades estéticas são considerados conteúdos robustos para o desenvolvimento das múltiplas linguagens da infância.

Ao considerarmos os materiais como conteúdos, manifestamos nossa compreensão de infância. A criança é, por natureza, potente, pesquisadora, curiosa e capaz de eleger os próprios desafios e investigações. Essa forma orgânica e sistêmica de conceber os conteúdos a partir das materialidades potencializa o olhar e a escuta atenta dos educadores e possibilita diálogos que resultam em aprendizagens realmente relevantes, que combinam “as cem linguagens” das crianças no grande laboratório do fazer, que é a escola.

As escolhas dos materiais consentem às crianças uma infinidade de práticas sensoriais e promovem conexões entre diferentes campos de experiências, em processos que as levam a construir seu próprio conhecimento e suas próprias histórias.

Quando planejamos um contexto de aprendizagem, realizamos um denso exercício de curadoria, procurando variar os atributos dos materiais que serão disponibilizados, como diferentes tonalidades de tintas (afinal, não existe “um só azul”), papéis de diversas gramaturas e outros materiais que possam enriquecer a experiência. A ideia é “alargar” as propostas, ampliando de significados as produções.

Considerando a dimensão ética das escolhas, procuramos otimizar os recursos, optar por materiais mais sustentáveis, reutilizamos e ressignificamos os materiais em novas propostas. Outro valor ético é o da coletividade: investimos na partilha dos materiais e no cuidado com o bem comum.

Nossa tarefa é propiciar escaladas nas quais os olhos possam ver e indagar, as mãos possam sentir, a imaginação possa criar e a memória possa ganhar acervos de poemas vividos e sentidos na infância.

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