A autoestima é uma qualidade relacionada à valorização, à satisfação e à confiança de ser você mesmo. Trata-se de uma avaliação subjetiva, que pode ser positiva ou negativa em algum grau, e tem impacto direto em diversos aspectos da vida.
A autoestima é uma habilidade desenvolvida desde a infância, período em que o senso de identidade e a percepção de si começam a ser formados. A maneira como a criança é acolhida, valorizada e respeitada em suas emoções e como os adultos que a acompanham reagem aos seus comportamentos podem fazer toda a diferença na construção de sua imagem pessoal.
A escola é o primeiro ambiente socializador fora do núcleo familiar e tem grande influência na formação dos indivíduos. Assim, na Educação Infantil, a concepção que se tem de criança terá um impacto importante na construção da sua autoestima.
A criança é um ser potente, complexo, coconstrutor de saberes e de sua própria identidade por meio de suas relações e do mundo ao seu redor. Conceber a infância como período único, além da perspectiva cronológica que antecede a vida adulta, faz a diferença. É preciso partir do olhar positivo sobre o que a criança já faz, como ser realizador, e não sob o ponto de vista de “o que ainda falta”.
Quando os adultos confiam nas crianças, elas respondem com responsabilidade e se engrandecem ao perceber que são capazes. A valorização de suas capacidades e singularidades contribui para o reforço da imagem positiva que cada um deve ter de si.
Em casa, é preciso incentivar os filhos a se reconhecerem, sem comparações, e encorajá-los a enfrentarem os pequenos desafios de forma independente, pois a satisfação própria, que vem do mérito de fazer por si só, fortalece, ensina a cuidar de si e a fazer escolhas, além de estimulá-los frente às próximas etapas a serem vivenciadas. Elogios sinceros, demonstração de afeto e valorização das descobertas também são muito bem-vindos.
Vale lembrar que valorizar a criança não é fazer tudo que ela quiser nem evitar frustrações. Pelo contrário, é preciso que ela compreenda que nem tudo sai como o esperado e que o processo ensina muito mais do que o resultado. Entender os desejos, mas explicar as razões pelas quais o que ela espera não poderá acontecer (por exemplo) demonstra atenção, acolhimento e respeito, e isso embasa o crescimento.
Promover a autoestima desde a infância é fundamental e condição necessária para a formação de adultos seguros, independentes e capazes de tomar decisões, e a confiança que depositamos em cada criança é a premissa para que isso aconteça.